segunda-feira, 12 de março de 2012

Os primórdios do cinema mudo

Os Primórdios do Cinema Mudo


Os eventos que marcaram esse ano ficam por conta da estréia do cômico Max Linder no cinema atuando em três filmes: “La Première sortie d´un collégien”, “Dix femmes pour un mari” e “La encontre imprévue”. Max Linder é considerado como o pai da primeira geração de comediantes do cinema norte-americano, apesar de sua nacionalidade francesa.
Alguns Filmes em Destaque
Baby´s Toilet” um curta-metragem britânico com duração de três minutos, com estréia em 1905, sob direção de Cecil Hepworth, estrelado por Elizabeth Hepworth, produzido e distribuído pela Hepworth Manufacturing Company, que mostra uma enfermeira com um bebê, desde o seu banho, talquinho, medição de seu peso, colocação da roupa e finalmente ele ganhando a sua mamadeira. O filme pode parecer comum nos dias de hoje, mas é um retrato de como as enfermeiras tratavam um bebê, naqueles tempos, ou seja, com muito carinho. Uma cópia do filme é preservada na British Film Institute.
Esmeralda” um filme francês baseado no romance “O Corcunda de Notre Dame” do escritor Victor Hugo, sob direção de Alice Guy-Blache e co-direção de Victorin-Hippolyte Jasset, e considerado como o primeiro filme a ter a direção de uma mulher na história da cinematografia mundial. O filme conta com dois personagens, a Esmeralda interpretada por Denise Becker e Quasimodo protagonizado por Henry Vorins. O filme tem 10 minutos de duração, com estréia na França em 1905, e reconhecido como a adaptação mais antiga para o cinema desta obra de Victor Hugo.

Esta digníssima senhora foi a mulher pioneira do cinema francês, considerada como a primeira diretora do sexo feminino da história da cinematografia mundial e também uma das primeiras diretoras de um filme de ficção. Ela nasceu na Chile em 1 de julho de 1873, mas seus pais eram franceses, que por aquela época tinham uma cadeia de livrarias no Chile.
Depois que ela nasceu, sua mãe retornou para Paris, e Alice foi deixada para ser criada pela sua avó materna na Suíça, até que mais tarde sua mãe o levou novamente para o Chile, onde morou por dois anos. Depois Alice foi enviada para estudar num colégio interno na França e quando ela estava entrando na adolescência, seus pais voltaram do Chile, no entanto, pouco tempo depois, o pai e o irmão morreram.
Em 1894, foi trabalhar para Léon Gaumont em sua empresa de fotografia como secretária. Logo depois Léon Gaumont expandiu seus negócios e se tornou um grande empresário da indústria cinematográfica e Alice Guy, de certa maneira, também cresceu juntamente com Léon Gaumont e nessa época já trabalhava na nova empresa Gaumont Film Company, quando passou a interessar-se na produção de filmes, e assim passou por quase 25 anos envolvida na direção, produção, roteiro e supervisão de mais de 700 filmes.
Entre 1896 a 1906, Alice estava no topo da Gaumont e desenvolvendo sistematicamente a narrativa cinematográfica e em 1906, ela fez o filme “The Life of Christ”, uma superprodução para a época, que incluía cerca de 300 extras. Alice foi também a pioneira na utilização de imagens e sons através do sistema CronoFonos, e também empregou uma série de efeitos especiais em seus filmes.
Em 1907, casou com Herbert Blaché e logo depois foi nomeada para gerenciar a produção da Gaumont nos Estados Unidos. Depois de trabalhar com seu marido na Gaumont por anos, por volta de 1910 resolveu, em parceria com George A. Magie fundar a Solax Company, considerado na época o maior estúdio de Hollywood. Também criaram instalações de produção da nova empresa Flushing, New York, que o seu marido ficou encarregado e ela continuou a trabalhar na direção artística, direcionando novos lançamentos.
Seus negócios prosperaram, prosperam, prosperaram e novas instalações foram abertas em Fort Lee, Nova Jersey. Algum tempo depois, ela e seu marido se divorciaram, assim como a parceria acabou. Após a separação a Solax Company parou suas produções e Alice foi trabalhar para William Randolph Heart´s International Film Service.
Lá permaneceu por alguns anos, depois retornou à França em 1922, e fez outro filme, passou a dar aulas de cinema e escrever livros a partir de roteiros de filmes. Passou um tempo no ostracismo, até que em 1953, recebeu do governo francês a medalha “Legião de Honra”. Em 1964, retornou novamente para os Estados Unidos para viver com uma de suas filhas. Ela morreu num lar de idoso em Mahwah, New Jersey, em 24 de março de 1968, aos 95 anos de idade.

Jasset foi um dos pioneiros do cinema francês, nasceu na França em 1862 e depois de estudar pintura e escultura, começou sua carreira desenhando figurinos para teatro e decorador, e pouco tempo depois passou a ficar conhecido como produtor e designer de espetáculos de balés e pantomimas, por volta de 1900. Alguns anos mais tarde em 1905, ele foi contratado pela Gaumont e começou a trabalhar com Alice Guy e fez sua estréia numa co-direção do filme “Esmeralda”. Depois passou a fazer outros trabalhos como designer e na assistência de direção.
Logo depois deixou a empresa e foi trabalhar na produtora de filme Eclipse, em 1908 assinou contrato com a nova empresa de filmes Éclair e iniciou a série de filmes denominada “Nick Carter, le roi des detetives”, baseado no detetive herói Nick Carter, famoso dos livros populares americanos, e que na época estavam sendo publicado na França.
Suas atividades ligadas aos filmes duraram entre 1905 a 1913, trabalhando em diversos gêneros de filmes, mas foi particularmente mais conhecido pelo desenvolvimento de filmes de detetives e crimes em série, como Nick Carter e Zigomar series. Por volta de 1913, ficou seriamente doente, passou por uma cirurgia, mas depois de um breve tempo de melhora, morreu em Paris, no dia 22 de junho de 1913. Sua filmografia inclui cerca de 100 filmes, mas somente um pequeno número conseguiu sobreviver.


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